Texto retirado do livro "Re-vendo a psicologia" de James Hillman
A psicologia sempre tem a oportunidade de enxergar através de suas principais convicções e posições. Ela pode levar a reflexão psicológica para ela mesma. Ela pode então dissolver a crença literal em pessoas ao repersonificá-las em metáforas. Então, a personalidade pode ser imaginada de um novo jeito: que sou uma pessoa impessoal, uma metáfora encenando múltiplas personificações, mimético às imagens no coração que são meu destino, e que esta alma que me projeta tem profundezas arquetípicas que são estranhas, inumanas e impessoais. A minha assim chamada personalidade é uma persona através da qual a alma fala. Está sujeita à despersonalização e não é minha, mas depende totalmente da bênção da crença em mim mesmo, uma fé dada através da anima no meu valor como portador de alma. Não sou eu quem personifico, mas a anima que me personifica, ou faz-se a si mesma através de mim, dando à minha vida o seu (dela) sentido - seu intenso sonhar acordado em meu "eu-mesmo;" e "eu", um vaso psíquico cuja existência é uma metáfora psíquica, um ser "como-se", no qual cada crença é um literalismo, exceto a crença na alma cuja fé me pressupõe e me torna possível como uma personificação da psique.
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