SOMBRA E ALQUIMIA
Vera Lucia Paes de Almeida
Texto publicado na Revista Hermes, vol. 8, nov. 2003.
Origens da Alquimia:
A Alquimia começou no Ocidente aproximadamente por volta do séc. I a.C. apresentando um declínio gradual após a queda do Império Romano até o séc. X. Durante este período ela floresceu no Império Bizantino e nos diferentes países árabes. Com as cruzadas e a invasão muçulmana na Península Ibérica ela retornou à Europa no séc. XI, unindo-se à Filosofia Escolástica e tendo seu apogeu na Idade Média. No séc. XVII desapareceu definitivamente sendo eclipsada pelo Iluminismo. Parte de seu conhecimento evoluiu para a Química e seu aspecto filosófico e religioso só foi resgatado no séc. XX por C. G. Jung. Ele reconheceu que os tratados alquímicos continham uma linguagem simbólica e falavam do processo de individuação, ou seja, a transformação da personalidade em busca da totalidade. A transmutação dos metais comuns em metais nobres, a busca da pedra filosofal, era o equivalente à busca de integração e conscientizaçã o do centro da personalidade, o Self (Franz, 1998:7).
Alquimia e Cristianismo:
A Alquimia nunca foi hostil aos movimentos religiosos dominantes mas formava uma espécie de tendência subterrânea compensatória.
“O esforço da Alquimia visa a preencher as lacunas deixadas pela tensão dos opostos no Cristianismo.” (Jung, 1994: par. 26)