Texto de Luís Paulo Lopes publicado originalmente na coluna "Portas da percepção" no blog http://hempadao.com/.
A Psicologia
Transpessoal, surgida nos anos 60, era inicialmente considerada como um
desdobramento da Psicologia Humanista. No entanto, enquanto a Psicologia
Humanista tinha como meta a auto-realização, a Psicologia Transpessoal trazia a
ideia de auto-transcendência. Esta diferença é importante e revela um dos
pressupostos básicos do pensamento transpessoal, a saber, de que a
individualidade é somente um aspecto do Ser. Além da consciência e do inconsciente
pessoal, a psique possui outros aspectos que transcendem a individualidade (daí
o nome transpessoal); aspectos esses que podem ser vivenciados através de
estados incomuns de consciência e cujo potencial heurístico e terapêutico são
impressionantes. Apesar da relação
histórica existente entre a Psicologia Humanista e a Transpessoal, em que
Abraham Maslow participou ativamente de ambas, é possível afirmar que a
Psicologia Reichiana e principalmente a Psicologia Junguiana já haviam
construído um substrato sólido que posteriormente influenciaria de forma
decisiva as teorias transpessoais. O conceito junguiano de inconsciente
coletivo, por exemplo, viria a ser largamente utilizado nas cartografias da
psique criadas pelos autores transpessoais, apesar de ter sofrido modificações.